BRITEIROS2: fevereiro 2005 <$BlogRSDUrl$>








quarta-feira, fevereiro 16, 2005

Tributo a Carlos Paredes

Carlos Paredes nasceu em Coimbra, a 16 de Fevereiro de 1925, e tornou–se uma referência única ao nível da composição e execução da guitarra portuguesa, tendo influenciado várias gerações de músicos. Na data em que o guitarrista completaria 80 anos, o Departamento de Cultura da Câmara de Coimbra preparou um espectáculo, que decorrerá no auditório do ISEC, a partir das 21H30, e que pretende cruzar a música, o cinema e a literatura, em torno da vida e obra de Carlos Paredes.
Serão apresentadas curtas–metragens de realizadores portugueses, que integraram o 4.º “Movimento Perpétuo”, algumas delas com música e voz de Carlos Paredes. Um dos pontos altos será o momento musical com Luísa Amaro, que acompanhou Carlos Paredes nos seus últimos 10 anos de carreira (entre 1984 e 1993), e Miguel Carvalhinho, que faz dupla com ela no trabalho discográfico “Canção para Carlos Paredes”, editado no passado mês de Dezembro. Trata–se de um CD com quatro temas inéditos de Luísa Amaro e arranjos de Miguel Carvalhinho, um álbum estreia que reflecte a ternura, dedicação e admiração profunda que este duo tem por Paredes.
Outro momento musical surgirá com Paulo Soares (guitarra portuguesa) e Rui Namora (guitarra clássica), a que se associam alunos da Escola da Guitarra, da Viola e do Fado de Coimbra da Associação dos Antigos Orfeonistas do Orfeon Académico.
No espectáculo serão lidos textos extraídos das obras “O Menino que se apaixonou por uma guitarra - Carlos Paredes” e daquele que foi o 3.º “Movimento Perpétuo” - “Textos para Carlos Paredes”, por José Jorge Letria.

Viriato Teles, em Julho de 1998, escrevia assim sobre Carlos Paredes:
Carlos Paredes é daquele género raro de seres que praticam as relações humanas segundo uma ideia ideal que passa por uma ilimitada vontade de compreender, de olhar as pessoas dentro dos olhos, conhecê-las, gostar delas. Um grande respeito pelos outros. Eis o que faltou às utopias, mas nunca deixou de estar presente na vida, na música e nos gestos de Paredes. É nesse mundo de Amigos que se respeitam e se amam, que vive Carlos Paredes; é desse mundo, onde a Verdade e o Prazer caminham de mãos dadas, que nos ilumina com a grandeza simples dos sons que só ele sabe inventar.

:: enviado por JAM :: 2/16/2005 12:02:00 da manhã :: 0 comentário(s) início ::

sábado, fevereiro 12, 2005

Portugal na Europa

Mas afinal que papel é o nosso? Somos do pelotão da frente ou vamos a reboque? Já por aí ronda o carro vassoura?

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:: enviado por RC :: 2/12/2005 02:46:00 da tarde :: 5 comentário(s) início ::

A Economia Portuguesa num Mundo Globalizado

Nem latas de conserva, nem peixe, nem cortiça, nem T-shirts de algodão. A nossa economia vai mal. Os nossos produtos tradicionais deixaram de poder competir com produtores de outras partes do globo, de países em que a desregulamentação dos direitos de quem trabalha é apresentada como uma vantagem.
Que futuro para a economia portuguesa?

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:: enviado por RC :: 2/12/2005 02:42:00 da tarde :: 7 comentário(s) início ::

Reforma do Serviço Público de Educação

O Sistema Educativo português tem custos astronómicos. No Briteiros gostaríamos de recolher ideias que permitam fazer Portugal sair da cauda do pelotão da performance educativa. Qual é a sua opinião?

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:: enviado por RC :: 2/12/2005 02:40:00 da tarde :: 5 comentário(s) início ::

Reforma da Administração Pública

Tema candente dos debates de técnicos e pensadores, nestes últimos tempos, esta temática, dado o peso da administração pública portuguesa, é determinante para a criação de um estado humano, mas competitivo. De despesa a mais-valia, como transformar a nossa Administração Pública?
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:: enviado por RC :: 2/12/2005 02:36:00 da tarde :: 1 comentário(s) início ::

sexta-feira, fevereiro 11, 2005

Coreia do Norte ou afinal o futebol é mesmo importante

Alguns especialistas em assuntos da Coreia do Norte ligam o inesperado anuncio de ontem de que o país possui armas nucleares (inesperado pelo timing, não o pelo facto em si, de que já se suspeitava há algum tempo) à derrota da selecção de futebol norte coreana no Japão. Não se riam porque o assunto é sério.
Na verdade, nestes últimos tempos, não houve qualquer acontecimento especial que pudesse justificar uma declaração desta gravidade. Não houve, da parte dos EUA ou do Japão ou da Coreia do Sul qualquer declaração que ameaçasse a Coreia do Norte. Algumas tentativas de explicação que li como a aproximação do aniversário de Kim Jong’Il, o Ano Novo Chinês ou ainda as declarações que ligam plutónio encontrado na Líbia à Coreia do Norte, parecem-me algo rebuscadas. Provavelmente a verdade é mais comezinha: perderam um jogo de futebol e reagiram como a miudagem nos recreios da escola “perdemos na bola mas temos uma bomba, nah nah nah. Bem feito !”.
Sei que parece absurdo mas o que é certo é que a imprensa norte coreana (enfim ... imprensa quer dizer o jornal oficial) exacerbou ao máximo este jogo. Seria a demonstração da superioridade do “comunismo” em relação aos inimigos, capitalistas e imperialistas, japoneses. Uma espécie de combate final entre o “futuro” e a “decadência”. Perante a humilhação da derrota, os dirigentes norte coreanos tiveram a reacção da demência, passaram-se.
O Mundo tem aqui um problema complicado.
Há que negociar. Mas negociar o quê? Os dirigentes da Coreia do Norte não se limitam a pedir o que é normal nestes casos: petróleo, dinheiro, comida, essas coisas. Não. Os dirigentes da Coreia do Norte exigem também respeito. Repito: respeito. Não querem continuar a ser tratados como um grupo de alucinados que o resto do planeta teima em fechar nesse gigantesco manicómio em que se tornou a Coreia do Norte.
O Mundo tem reagido até agora um pouco como o que se faz com os doentes mentais graves. Sabemos que existem, sabemos que podem ser perigosos mas não sabemos como os havemos de curar e portanto preferimos ignorá-los e mantê-los o mais longe possível da sociedade. Só que é cada vez mais evidente que não o poderemos fazer para sempre e esperar que o regime caia por implosão.
Dialogar apenas por dialogar significa encorajar outros governantes a fazer o mesmo. Numa coisa a Coreia do Norte tem razão: não há nada como uma bomba atómica para pôr o resto do mundo em respeito. Por outro lado, utilizar a força seria pôr em risco a vida de milhões de pessoas. Apesar da declaração de ontem, não se tem a certeza de que a capacidade nuclear realmente existe mas, com um regime tão fechado e lunático, ninguém está disposto a arriscar.
É aqui que a China poderá ter um papel importante. Os chineses são praticamente único país que fornece oxigénio à Coreia. São responsáveis por 85% do fornecimento de petróleo e de quase todas as trocas comerciais. Embora olhem com desconfiança e mal-estar os vizinhos coreanos, nada fazem para mudar o regime. Talvez tenha chegado o momento de o resto do mundo pedir à China que seja algo mais do que a grande promessa de salvação da economia mundial e que seja também um protagonista activo nas mudanças na Coreia do Norte.
Claro que a China está muito pouco interessada em desestabilizar uma região já em si complicada e arriscar-se a receber, em troca, 2 ou 3 milhões de refugiados. Mas se for um pouco pressionada no que realmente conta - o porta-moedas – pedindo-lhe contrapartidas políticas de responsabilidade na resolução de problemas regionais em troca da abertura comercial, talvez alguma coisa possa mudar na Coreia. Para bem dos Coreanos e de todos nós.
Se não, o mundo será um lugar cada vez mais perigoso.

:: enviado por U18 Team :: 2/11/2005 10:45:00 da tarde :: 2 comentário(s) início ::

sexta-feira, fevereiro 04, 2005

Um brasileiro na Suécia

Já vai para 18 anos que estou aqui na Volvo, uma empresa sueca. Trabalhar com eles é uma convivência, no mínimo, interessante. Qualquer projecto aqui demora dois anos para se concretizar, mesmo que a ideia seja brilhante e simples. É regra. Nos processos globais então, causa em nós (brasileiros, americanos, australianos, asiáticos), aflitos por resultados imediatos, uma ansiedade generalizada. Porém, o nosso sentido da urgência não surte qualquer efeito neste prazo.
Os suecos discutem, discutem, fazem “n” reuniões, ponderações... E trabalham num esquema bem mais “slow down”. O pior é constatar que, no final, acaba sempre dando certo no tempo deles, com a maturidade da tecnologia e da necessidade: bem pouco se perde aqui...
E vejo assim:
1. O país deles é do tamanho de São Paulo;
2. Tem 2 milhões de habitantes;
3. A sua maior cidade, Estocolmo, tem 500.000 habitantes (compare com Curitiba que somos 2 milhões);
4. Empresas de capital sueco: Volvo, Scania, Ericsson, Electrolux, ABB, Nokia, Nobel Biocare,... Nada mal, não? Para ter uma ideia, a Volvo fabrica os motores propulsores para os foguetes da NASA.
Digo para os demais, nestes nossos grupos globais: os suecos podem estar errados, mas são eles que pagam os nossos salários.

Entretanto, vale salientar que não conheço um povo, como povo mesmo, que tenha mais cultura colectiva do que eles... Vou contar para vocês uma breve, só para dar a noção:
A primeira vez que fui para lá, em 90, um colega sueco vinha buscar-me ao hotel todas as manhãs. Era Setembro, frio leve e neve. Chegávamos cedo à Volvo e ele estacionava o carro bem longe da porta de entrada (são 2000 funcionários de carro). No primeiro dia não disse nada, no segundo, no terceiro... Depois, com um pouco mais de intimidade, numa manhã perguntei:
“Você tem lugar marcado para estacionar aqui? Notei que chegamos cedo, o estacionamento vazio e você deixa o carro lá no final...” e ele me respondeu simples, assim:
“É que chegamos cedo, então temos tempo de caminhar – quem chegar mais tarde já vai estar atrasado, melhor pois que fique mais perto da porta. Você não acha?
“Olha a minha cara! Ainda bem que tive esta na primeira... Deu para rever bastante os meus conceitos”.

:: enviado por JAM :: 2/04/2005 11:28:00 da tarde :: 5 comentário(s) início ::