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segunda-feira, dezembro 20, 2004

O que é a incineração de resíduos sólidos

A incineração é um processo em que os resíduos são destruídos por via térmica, geralmente com recuperação de energia. Do processo de incineração dos resíduos sólidos resultam os seguintes produtos finais: energia calorífica que é transformada em energia eléctrica ou vapor, águas residuais, gases, cinzas e escórias. O efluente originado pelo arrefecimento das escórias e pela lavagem dos gases, de acordo com a legislação da União Europeia, é considerado um resíduo perigoso, pelo que terá de sofrer um tratamento adequado.
Os gases resultantes da incineração têm de sofrer um tratamento posterior, uma vez que na sua composição se incluem diversas substâncias tóxicas como chumbo, cádmio, mercúrio, crómio, arsénio, cobalto e outros metais pesados, ácido clorídrico, óxidos de azoto e dióxido de enxofre, dioxinas e furanos, clorobenzenos, clorofenóis e PCBs.
É necessário controlar as emissões de poluentes, sendo já possível para diversos poluentes fazer a sua medição em contínuo. No entanto, para alguns poluentes, como é o caso das dioxinas, essa medição é feita de forma pontual, sendo por isso, mais difícil garantir que não ocorram problemas ambientais.

De modo geral, pesquisas científicas e estudos técnicos associam os impactos da incineração ao aumento das taxas de cancro, doenças respiratórias, anomalias reprodutivas (como má formação fetal), danos neurológicos e outros efeitos sobre a saúde. Em 1997, a IARC (Agência Internacional de Pesquisas do Cancro) classificou as dioxinas mais tóxicas como cancerígenas para os humanos. Uma vez emitidas no meio ambiente, essas substâncias podem viajar longas distâncias pelo ar e pelas correntes oceânicas, tornando-se uma contaminação global.
As dioxinas libertadas pelas incineradoras também podem acumular-se em animais ruminantes e peixes, por intermédio da cadeia alimentar. São diversos os casos relatados mundialmente em que produtos como o leite, os ovos e a carne continham níveis de dioxinas acima dos permitidos legalmente.

A co-incineração é condenada por convenções internacionais e tem alternativas que merecem ser consideradas. José Sócrates, em entrevista ao Público, em 21 de Agosto de 2001, garantiu que a co-incineração “vai ao encontro do espírito da convenção de Estocolmo”, por libertar menos dioxinas do que a incineração dedicada. É uma forma subliminar de passar a ideia de que não há alternativas à queima dos resíduos. O que é falso.

:: enviado por JAM :: 12/20/2004 03:12:00 da tarde :: início ::
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