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domingo, dezembro 12, 2004

Opus Dei

Desenvolvida durante o franquismo por José-Maria Escrivá de Balaguer, a Opus Dei é uma seita cujo objectivo consiste em infiltrar o mundo do trabalho, especialmente os centros de poder político e as grandes empresas públicas e privadas, com indivíduos totalmente fiéis à organização, comungando da sua ideologia ultra-conservadora.

Conta três tipos de membros: numerários, supranumerários e agregados. Os numerários, que se comprometeram a manter uma vida de pobreza, castidade e obediência, têm geralmente uma sólida formação universitária ou, alternativamente, podem ser herdeiros de grandes fortunas; vivem em casas da Obra, são celibatários e contribuem com a totalidade do seu ordenado para a seita, que lhes dá algum dinheiro para as despesas diárias mínimas, nomeadamente a alimentação. Entre os cerca de duzentos numerários portugueses contam-se o presidente da Assembleia da República, Mota Amaral, assim como o presidente do Conselho de Administração do BCP, Jardim Gonçalves.

Os membros agregados são pessoas sem formação universitária ou, mais raramente, licenciados que têm familiares a cargo. Não vivem alojados em casas da seita, mas assumem os mesmos compromissos que os membros numerários, efectuando também o mesmo trabalho apostólico. Alguns deles têm também como funções efectuar reparações (de graça!) nas casas da Opus Dei.

Os supra-numerários são pessoas casadas que constituem a face socialmente mais visível da organização. Apesar de lhes ser permitida uma menor disponibilidade para o trabalho apostólico, estes membros participam semanalmente em encontros com responsáveis religiosos, que asseguram a fidelidade destes membros por diversos meios, nomeadamente através da confissão. Também contribuem com importantes quantias monetárias. Todos os membros são obrigados a frequentar a missa diariamente, a rezar o Terço e a efectuar leituras religiosas.

Os simpatizantes da Opus Dei que não queiram ou não podem ser membros têm o estatuto de cooperadores. Entre estes, os católicos podem participar nas acções de formação, nomeadamente nos retiros.

A Opus Dei actua captando adolescentes em colégios católicos. Estes são inicialmente aliciados para participar em actividades em clubes católicos de tempos livres, onde nunca se menciona a Opus Dei. Mais tarde, os mais brilhantes de entre estes jovens são convidados para participar em retiros de fim-de-semana, onde a endoutrinação é mais severa. Os jovens são levados a acreditar que só há felicidade no serviço de Deus e que a única maneira correcta de servir «Deus» é dentro da Opus Dei.

Apesar da sua enganadora (porque discreta) boa imagem nos países latinos, a Opus Dei sofreu em 1997 uma humilhação pública ao ser considerada pelo Parlamento belga uma organização sectária, a par da Igreja da Cientologia, das Testemunhas de Jeová e da Igreja Universal do Reino de Deus. No final do ano 2000, o «Réseau Voltaire» publicou informações afirmando que António Guterres é membro supra-numerário da Opus Dei. Estas informações estão confirmadas numa entrevista que Guterres concedeu nesse mesmo ano ao Jornal de Notícias, onde confessou ter aderido à Opus Dei no final da adolescência, muito antes de pensar sequer em entrar para o Partido Socialista. O último Governo de Guterres, após a remodelação do Verão de 2001, contava com numerosos ministros saídos de sectores católicos conservadores, nomeadamente Luís Braga da Cruz, Júlio Pedrosa e Rui Pena.

No dia 6 de Outubro de 2002, Escrivá de Balaguer foi canonizado. Trata-se da canonização mais rápida de sempre, o que atesta a influência crescente da Opus Dei no Vaticano. Na canonização, compareceram Paulo Portas, Narana Coissoró, Ramalho Eanes, Rocha Vieira, Maria Barroso, Maria José Nogueira Pinto, Rui Machete, Arlindo Cunha, Paulo Teixeira Pinto, para além do arcebispo de Braga, do bispo do Funchal e do bispo de Lamego.

A iniciativa “Rock in Rio” é organizada pela Opus Dei.

Fonte República e Laicidade

:: enviado por JAM :: 12/12/2004 10:10:00 da tarde :: início ::
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