sexta-feira, setembro 29, 2006
Pobres e humilhados ? Antes fosse
Há dois assuntos em que só toco com pinças, luvas e uma máscara. Um é o Sr. Pinto da Costa, o outro é a religião (embora se possa argumentar que falar do Sr. Pinto da Costa é falar de religião).
Sendo um tremendo cobarde por natureza, recuso-me a falar do Sr. Pinto da Costa e do seu papel no futebol português e se vou tocar na religião é porque toda a gente me pergunta o que penso das declarações do Papa e a cobardia também tem limites.
Como a esmagadora maioria das pessoas da minha geração, fui educado na religião católica. Por razões que só a mim me dizem respeito, perdi a fé. Primeiro na Igreja, depois em Deus. Não é por isso, no entanto, que vou apagar o cristianismo da minha história ou da minha cultura e, embora não sendo crente, considero que a mensagem da religião cristã é a mais pacífica, revolucionária e justa de todas as religiões que conheço. Posso mesmo, por exemplo, subscrever sem hesitar os Dez Mandamentos (com algumas ressalvas sobre dar a outra face e aquilo da mulher do outro).
Dito isto, não sei se haverá alguma religião superior às outras. A mim parece-me que não mas admito que para um crente, por razões óbvias, a sua religião tenha que ser a única e a verdadeira. Assim como admito que, de alguma forma, se possa ser um pouco mais arrebatado no discurso. O que já me causa mais engulhos a admitir é que se utilize a violência física (ou a ameaça) para impor um posto de vista, seja na religião ou noutra coisa qualquer.
Num comentário a um post meu (em que me interrogava sobre a lógica de ameaçar de morte - e até executar a ameaça - quem nos acuse de ser violento) o meu amigo JAM explica a gritaria do Islão pela humilhação e a pobreza a que nós os sujeitamos. Antes fosse. Poderia argumentar que há tantos ou mais pobres cristãos no Ocidente como no mundo árabe e não é por isso que desatam a tentar reconstruir os nossos comboios ou as nossas cidades. Poderia dizer que se cada humilhado deste mundo decidisse que a melhor maneira de se vingar era suicidar-se matando outros, já não haveria nem humilhados nem quem humilhasse (a começar por mim que sendo benfiquista sei bem o que é a humilhação).
Mas nem sequer vale a pena ir por aí. Basta ouvi-los. Khomeini dizia que o Islão já ganhou: ou convertendo o Mundo inteiro ou matando-se e matando o planeta todo como mártires. Os seus seguidores não mudaram de opinião.
Um exemplo? Para quem tenha acesso e goste, a BBC Prime tem (ou tinha) um programa aos domingos de manhã de debate entre culturas. Na fantasia da Inglaterra multicultural, isto significa que há sempre vários muçulmanos, independentemente de quem sejam os outros interlocutores. E basta ouvi-los falar: a democracia não é compatível com o Islão, as mulheres não podem ter direitos iguais aos homens, a lei islâmica sobrepõe-se às leis nacionais, o terrorismo é compreensível e legítimo, o Ocidente tem que ser convertido à força se preciso for, e por aí fora.
E não me parece gente pobre e humilhada. São, normalmente, gordos, com ar saudável, presunçosos e estão bem acompanhados.
O Islão ainda não teve o seu Renascimento e enquanto assim for não vamos sair desta guerra não declarada. Quer se goste ou não.
Enquanto o mundo islâmico grita, vou ler as transcrições das escutas ao Sr. Pinto da Costa. Sempre é mais instrutivo.
Sendo um tremendo cobarde por natureza, recuso-me a falar do Sr. Pinto da Costa e do seu papel no futebol português e se vou tocar na religião é porque toda a gente me pergunta o que penso das declarações do Papa e a cobardia também tem limites.
Como a esmagadora maioria das pessoas da minha geração, fui educado na religião católica. Por razões que só a mim me dizem respeito, perdi a fé. Primeiro na Igreja, depois em Deus. Não é por isso, no entanto, que vou apagar o cristianismo da minha história ou da minha cultura e, embora não sendo crente, considero que a mensagem da religião cristã é a mais pacífica, revolucionária e justa de todas as religiões que conheço. Posso mesmo, por exemplo, subscrever sem hesitar os Dez Mandamentos (com algumas ressalvas sobre dar a outra face e aquilo da mulher do outro).
Dito isto, não sei se haverá alguma religião superior às outras. A mim parece-me que não mas admito que para um crente, por razões óbvias, a sua religião tenha que ser a única e a verdadeira. Assim como admito que, de alguma forma, se possa ser um pouco mais arrebatado no discurso. O que já me causa mais engulhos a admitir é que se utilize a violência física (ou a ameaça) para impor um posto de vista, seja na religião ou noutra coisa qualquer.
Num comentário a um post meu (em que me interrogava sobre a lógica de ameaçar de morte - e até executar a ameaça - quem nos acuse de ser violento) o meu amigo JAM explica a gritaria do Islão pela humilhação e a pobreza a que nós os sujeitamos. Antes fosse. Poderia argumentar que há tantos ou mais pobres cristãos no Ocidente como no mundo árabe e não é por isso que desatam a tentar reconstruir os nossos comboios ou as nossas cidades. Poderia dizer que se cada humilhado deste mundo decidisse que a melhor maneira de se vingar era suicidar-se matando outros, já não haveria nem humilhados nem quem humilhasse (a começar por mim que sendo benfiquista sei bem o que é a humilhação).
Mas nem sequer vale a pena ir por aí. Basta ouvi-los. Khomeini dizia que o Islão já ganhou: ou convertendo o Mundo inteiro ou matando-se e matando o planeta todo como mártires. Os seus seguidores não mudaram de opinião.
Um exemplo? Para quem tenha acesso e goste, a BBC Prime tem (ou tinha) um programa aos domingos de manhã de debate entre culturas. Na fantasia da Inglaterra multicultural, isto significa que há sempre vários muçulmanos, independentemente de quem sejam os outros interlocutores. E basta ouvi-los falar: a democracia não é compatível com o Islão, as mulheres não podem ter direitos iguais aos homens, a lei islâmica sobrepõe-se às leis nacionais, o terrorismo é compreensível e legítimo, o Ocidente tem que ser convertido à força se preciso for, e por aí fora.
E não me parece gente pobre e humilhada. São, normalmente, gordos, com ar saudável, presunçosos e estão bem acompanhados.
O Islão ainda não teve o seu Renascimento e enquanto assim for não vamos sair desta guerra não declarada. Quer se goste ou não.
Enquanto o mundo islâmico grita, vou ler as transcrições das escutas ao Sr. Pinto da Costa. Sempre é mais instrutivo.
:: enviado por U18 Team :: 9/29/2006 11:17:00 da tarde :: início ::
2 comentário(s):
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Mas olhe que Pinto da Costa é apenas presidente de um clube de bola. Ele não tem assim tanta importância. O ódio regionalista do sul é que lhe atribui a importância que ele aparenta ter nos meios de comunicação.De JD, em 30/9/06 11:48
Por outro lado, é o líder de um grupo e de uma empresa (FCP) que ele próprio levou a alcançar inúmeros êxitos na europa e no mundo. As marcas Porto, Portugal e FCP bem podem agradecer a Pinto da Costa a conquista de inúmeros mercados mundiais. O grande problema, é que em Lisboa as pessoas vivem cegas pelo preconceito e não são capazes de compreender que talvez ganhassem muito se se associassem ao sucesso internacional do FCP, criado por Pinto da Costa. Na sua profissão, poucos terão feito melhor que ele em Portugal. Qual a empresa portuguesa que é capaz de ser a melhor da europa e do mundo duas ou três vezes em vinte anos?
Cuidado com o preconceito. -
João Delgado é assim mesmo que se fala. Eu gostaria de ter escrito o seu comentário. Parabéns,De Joaquim Baptista, em 30/9/06 19:31