sábado, outubro 23, 2004
Músicos denunciam desvio de verbas para Coimbra
Transcrevemos, com a devida vénia ao On-line News a notícia em que os músicos da Filarmonia das Beiras exprimem as suas opiniões:MÚSICOS DENUNCIAM DESVIO DE VERBAS PARA COIMBRA
2004/10/14
Os músicos da extinta Orquestra Filarmonia das Beiras querem "reerguer" o projecto mas apontam para a tentativa de deslocalização do financiamento estatal para a Orquestra de Câmara de Coimbra, o drama social de 27 músicos e para um director-executivo com um salário mensal de 3.200 euros.
Neste ponto, apontam para declarações do presidente da Câmara de Aveiro ao Diário de Aveiro, a 9 de Outubro: "há muita gente que não se importaria que a Filarmonia acabasse e fosse depois para outras paragens" e de Caetano Alves: "ouvi falar de uma reunião em Coimbra e começo a temer o pior".
Outras informações indicam que responsáveis de Leiria e Coimbra irão reunir ainda esta semana com altos responsáveis do Ministério da Cultura, provavelmente com o intuito de deslocalizar o financiamento estatal e criar uma nova Orquestra.
A crise acentuou-se na negociação dos contratos de trabalho dos músicos que se iniciou em finais de Julho último até o director-artístico comunicar aos músicos que "tinha havido uma Assembleia Geral Extraordinária da Associação Musical das Beiras, tal como tínhamos previsto, cujo resultado final foi a deliberação de extinção da AMB e consequentemente o encerramento da Orquestra, pelo que se criou a Comissão Liquidatária que terá como função cobrar todos os créditos da Associação e pagar as dívidas".
Os músicos defendem a reversão do actual cenário com base, particularmente, na constatação de que, "apesar da difícil conjuntura económica nacional, continua a ser viável financeiramente, pois neste ano de 2004 estavam agendados mais de 100 concertos, sendo este número recorde de actuações alguma vez atingido e que por mais contas que qualquer ilustre economista ou contabilista efectue nunca dará origem a falência técnica, pelo que se mantêm saudável a tesouraria".
Perguntam os músicos: "Qual é o interesse de extinguir uma Associação que encerrou as contas de 2003 com um saldo positivo de 146.060,75 euros?, conforme refere o Director Executivo, Dr. Virgílio Nogueira? Saliente-se ainda o facto de estarmos perante uma associação sem fins lucrativos, fará se os tivesse!".
Neste cenário, os músicos dirigem-se a Virgílio Nogueira: "Seria notável que o Director Executivo, como muitas vezes referiu no pouco contacto que manteve com a Comissão de Músicos, que apresentasse as suas declarações de impostos) (...) onde é que está a consciência de um Director que em 1997 ganhava 1250,00 euros, e em 2004 ganha cerca de 3.200,00 euros, a que acresce ainda toda uma série de regalias (...) apesar de ter lucros não possui solvabilidade económica para garantir os contratos de trabalho dos músicos, mas possui para manter um ordenado bombástico de alguém que acabou por a levar à destruição, alegando sempre falta de dinheiro, para que os músicos fossem sacrificados em detrimento do seu ordenado".
Os músicos querem "reerguer este projecto" mas querem esclarecer "quando é que uma Comissão Liquidatária passou a ter funções de constituição e deixou de efectuar as de extinção; acresce que por mais que se tente, não é compreensível onde e como será possível que uma Orquestra tenha bases ainda mais sólidas, pois nunca foi a falta de solidez económica que gerou esta situação, mas algo denominado de 'jogadas de bastidores'".
O drama social é a "situação precária dos 27 seres humanos que agora se deparam com o desemprego. Existem músicos que não conseguirão subsistir. (…) inclusive alguns terão de regressar aos seus países de origem num futuro muito próximo, sob pena de gastarem o pouco dinheiro que têm amealhado e não conseguirem sequer regressar para junto das suas famílias".
Neste ponto, apontam para declarações do presidente da Câmara de Aveiro ao Diário de Aveiro, a 9 de Outubro: "há muita gente que não se importaria que a Filarmonia acabasse e fosse depois para outras paragens" e de Caetano Alves: "ouvi falar de uma reunião em Coimbra e começo a temer o pior".
Outras informações indicam que responsáveis de Leiria e Coimbra irão reunir ainda esta semana com altos responsáveis do Ministério da Cultura, provavelmente com o intuito de deslocalizar o financiamento estatal e criar uma nova Orquestra.
A crise acentuou-se na negociação dos contratos de trabalho dos músicos que se iniciou em finais de Julho último até o director-artístico comunicar aos músicos que "tinha havido uma Assembleia Geral Extraordinária da Associação Musical das Beiras, tal como tínhamos previsto, cujo resultado final foi a deliberação de extinção da AMB e consequentemente o encerramento da Orquestra, pelo que se criou a Comissão Liquidatária que terá como função cobrar todos os créditos da Associação e pagar as dívidas".
Os músicos defendem a reversão do actual cenário com base, particularmente, na constatação de que, "apesar da difícil conjuntura económica nacional, continua a ser viável financeiramente, pois neste ano de 2004 estavam agendados mais de 100 concertos, sendo este número recorde de actuações alguma vez atingido e que por mais contas que qualquer ilustre economista ou contabilista efectue nunca dará origem a falência técnica, pelo que se mantêm saudável a tesouraria".
Perguntam os músicos: "Qual é o interesse de extinguir uma Associação que encerrou as contas de 2003 com um saldo positivo de 146.060,75 euros?, conforme refere o Director Executivo, Dr. Virgílio Nogueira? Saliente-se ainda o facto de estarmos perante uma associação sem fins lucrativos, fará se os tivesse!".
Neste cenário, os músicos dirigem-se a Virgílio Nogueira: "Seria notável que o Director Executivo, como muitas vezes referiu no pouco contacto que manteve com a Comissão de Músicos, que apresentasse as suas declarações de impostos) (...) onde é que está a consciência de um Director que em 1997 ganhava 1250,00 euros, e em 2004 ganha cerca de 3.200,00 euros, a que acresce ainda toda uma série de regalias (...) apesar de ter lucros não possui solvabilidade económica para garantir os contratos de trabalho dos músicos, mas possui para manter um ordenado bombástico de alguém que acabou por a levar à destruição, alegando sempre falta de dinheiro, para que os músicos fossem sacrificados em detrimento do seu ordenado".
Os músicos querem "reerguer este projecto" mas querem esclarecer "quando é que uma Comissão Liquidatária passou a ter funções de constituição e deixou de efectuar as de extinção; acresce que por mais que se tente, não é compreensível onde e como será possível que uma Orquestra tenha bases ainda mais sólidas, pois nunca foi a falta de solidez económica que gerou esta situação, mas algo denominado de 'jogadas de bastidores'".
O drama social é a "situação precária dos 27 seres humanos que agora se deparam com o desemprego. Existem músicos que não conseguirão subsistir. (…) inclusive alguns terão de regressar aos seus países de origem num futuro muito próximo, sob pena de gastarem o pouco dinheiro que têm amealhado e não conseguirem sequer regressar para junto das suas famílias".
:: enviado por RC :: 10/23/2004 01:50:00 da tarde :: início ::